quinta-feira, 14 de junho de 2012

PASSAROS

A atração de aves na cidade


Sérgio de Almeida - São Carlos-SP


ATUALIDADES ORNITOLÓGICAS N.39 JAN/FEV 1991, pág.6

É fácil atrair aves. Até é possível tê-las ao alcance dos olhos e quase poder pegá-las com as mãos. Tudo isso no jardim ou até na janela de qualquer casa, mesmo numa cidade grande.

Como fazer isso? Basta oferecer-lhes alimento e proteção dois requisitos básicos para sua sobrevivência. Em pouco tempo teremos pardais, rolinhas, bem-te-vis, sabiás, beija-flores e sanhaços praticamente batendo à nossa porta e em horários certos.

Sentado em cadeira de jardim ou mesmo da sala ou cozinha, é possível deleitar-se com cenas maravilhosas de rixas, volteios, pousos e decolagens das aves no momento da refeição.

O que se tem a fazer é preparar o banquete. A mesa posta deve ser simples. Não é necessária nenhuma sofisticação, nem deve ter muita comida no início. Geralmente nem é preciso muita propaganda. No começo é comum demorar para algum freguês aparecer. Não se pode cair no desânimo. Aos poucos eles vão chegando. De início são bem tímidos. Entre um grão e outro, olham desconfiados e rapidamente podem alcançar vôo ao menor barulho. Com o tempo tornam-se mais afoitos. Aparecem a qualquer hora. Nas primeiras «visitas» fica difícil controlar a voracidade, o horário da fome e a quantidade que eles consomem. Mas em pouco tempo a freguesia fica ordeira. Comparece na hora certa, nem mais nem menos. Se a comida está atrasada esperam, porque não há outro jeito. Saltitam de lá para cá. Ao ver o alimento, a fome é maior que o medo! Basta o garçom se afastar poucos metros e lá estão eles, disputando grão por grão ou cada centímetro de fruta. Com o papo cheio, nada mais agradável que um golinho d'água e o vôo até o galho mais próximo. Limpar o bico é uma questão de higiene que rapidamente se cumpre. Depois o cantar ou um vôo esperto para esse mundão de Deus, sabe-se lá para onde. A volta, poucas horas depois, é certa. As cenas repetidas, em lugar de serem maçantes, tornam-se incrivelmente novas e emocionantes a cada dia. É o prazer da integração com a natureza, numa volta à casa, às nossas origens. É um oásis a colorir e equilibrar as agruras da cidade grande.

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