A atração de aves na
cidade
Sérgio de Almeida -
São Carlos-SP
ATUALIDADES ORNITOLÓGICAS
N.39 JAN/FEV 1991, pág.6
É fácil atrair aves. Até
é possível tê-las ao alcance dos olhos e quase poder pegá-las com as mãos. Tudo
isso no jardim ou até na janela de qualquer casa, mesmo numa cidade grande.![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_sBDoK6guM_NCUszT0TB5IGKcGybtvBlpY_-zKkNqlpWTlvkQ07WXx9YLv1jZQm4C-qhdAh2FzI6GXzICHdFCQFvvfzDvr_kGy8=s0-d)
![](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_sOUmFxNS9RsoOvhmkzEHTPqTghmeL0kJHEn_Adcg4MKj5Qy3kZ9g9Y5onbsFwN7gTEZ4Lec3THCrnSB18iepluWh3adMXu0j_u=s0-d)
Como fazer isso? Basta
oferecer-lhes alimento e proteção dois requisitos básicos para sua
sobrevivência. Em pouco tempo teremos pardais, rolinhas, bem-te-vis, sabiás,
beija-flores e sanhaços praticamente batendo à nossa porta e em horários
certos.
Sentado em cadeira de
jardim ou mesmo da sala ou cozinha, é possível deleitar-se com cenas
maravilhosas de rixas, volteios, pousos e decolagens das aves no momento da
refeição.
O que se tem a fazer é
preparar o banquete. A mesa posta deve ser simples. Não é necessária nenhuma
sofisticação, nem deve ter muita comida no início. Geralmente nem é preciso
muita propaganda. No começo é comum demorar para algum freguês aparecer. Não se
pode cair no desânimo. Aos poucos eles vão chegando. De início são bem tímidos.
Entre um grão e outro, olham desconfiados e rapidamente podem alcançar vôo ao
menor barulho. Com o tempo tornam-se mais afoitos. Aparecem a qualquer hora. Nas
primeiras «visitas» fica difícil controlar a voracidade, o horário da fome e a
quantidade que eles consomem. Mas em pouco tempo a freguesia fica ordeira.
Comparece na hora certa, nem mais nem menos. Se a comida está atrasada esperam,
porque não há outro jeito. Saltitam de lá para cá. Ao ver o alimento, a fome é
maior que o medo! Basta o garçom se afastar poucos metros e lá estão eles,
disputando grão por grão ou cada centímetro de fruta. Com o papo cheio, nada
mais agradável que um golinho d'água e o vôo até o galho mais próximo. Limpar o
bico é uma questão de higiene que rapidamente se cumpre. Depois o cantar ou um
vôo esperto para esse mundão de Deus, sabe-se lá para onde. A volta, poucas
horas depois, é certa. As cenas repetidas, em lugar de serem maçantes, tornam-se
incrivelmente novas e emocionantes a cada dia. É o prazer da integração com a
natureza, numa volta à casa, às nossas origens. É um oásis a colorir e
equilibrar as agruras da cidade grande.
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