sexta-feira, 8 de junho de 2018

CHEIRO DE MATO (livro) Autor Anesio Silva V Redonda 20 de maio 2018 Capitulo 1 Lá naquela cidadezinha onde Judas perdeu as botas, toda a força policial se resumia apenas no Cabo Gardino e mais três soldados . O soldado Pé de chumbo, o soldado Aranha e o outro que se chamava Coreolano. Homens simples que cuidavam da segurança daquelas pessoas simples e ordeiras que viviam de cultivar a terra e criar pequenos animais como porcos, galinhas e algumas vaquinhas que os mais abastados possuiam. O lugarejo era apenas um pequeno povoado onde havia uma pequena igrejinha, onde o padre Serapião cuidava das almas, dando a eles o conforto espiritual e zelando pela moral e os bons costumes. O homem mais importante do lugar era o coronel Eleotério Fragoso, que ganhara a patente na Guarda nacional, como muitos coroneis na época do governo de Getúlio Vargas. O coronel tinha uma filosofia de vida muito interessante, diferente dos outros, sua filosofia era: "VIVAM E ME DEIXEM VIVER". E claro que tudo girava em torno da casa grande da fazenda. O coronel era, no caso, uma espécie de prefeito muito estimado pelos habitantes do lugar. Voltando ao Cabo Gardino e sua tropa, a cadeia do lugarejo estava sempre vazia e todos os dias, ao entardecer, o cabo, deixando um dos soldados de guarda na delegacia, saia para uma pequena ronda que sempre terminava na venda do Espanhol, onde o destacamento tomava uma pinguinha antes de se retirar para a delegacia ao fim do espediente. A rotina era simples e os peões entregavam-se ao labor diário na fazenda até o entardecer e só aos sábados desciam para o povoado para se divertirem e tomar aquela cachacinha que era produzida na propria fazenda do Coronel Eleoterio. Era nesta ocasião que muitas vezes a cadeia era ocupada e os presos ficavam na responsabilidade do Cabo Gardino e seus comandados. No dia seguinte, eram soltos não antes de levarem um sermão do padre Serapião que era sempre chamado a aconselhar aquelas pobres almas. Mas tinha uma coisa: Deixando a cadeia, todos assumiam logo as suas responsabilidades no trabalho lá na fazenda Santa Clara. Enquanto isso, o coronel todos os dias bem cedinho, cavalgava pela propriedade sempre acompanhado pelo capataz, o Julião, e mais dois peões. Em seguida, se recolhia para o almoço lá no alpendre da fazenda, onde almoçava com a familia e, às vezes, com algum convidado como o padre Serapiao por exemplo. Assim era a rotina daqueles homens rudes. Capítulo 2 Apesar de pacatos, os peões, às vezes, arrumavam confusões a ponto de quase haver alguma morte não fosse a autoridade do coronel, que intervia sempre apaziguando as questões ou, quando não, o cabo Gardino era chamado com o destacamento a fim de conduzir o valente a delegacia. Foi assim que naquela sexta feira, numa discussão por causa de uma porca vadia que entrou na horta do compadre Manoel, este foi tomar satisfações com o compadre Zelão. Os ânimos se exaltaram e Zelão, que era um peão muito alto e forte, deu um soco no rosto do compadre Manoel e este, de sopetão, puxou a faca e matou o adversário. Cabo Gardino foi chamado e levou preso o assassino e desde aquele dia, a pomba da paz voou daquele lugar. O compadre Zelão, que deixou mulher e dois filhos adolecentes, era muito estimado e o mesmo não se podia dizer do assassino que gozava de péssima reputação. Era mal empregado e devia a muitos outros peões. Além disso, vivia dizendo que qualquer dia ia dar um fim no compadre Zelão, que vivia a lhe cobrar sempre uma dívida que ele não concordava em pagar. O compadre Zelão, foi sepultado no pequenino cemitério que havia no lugar e todos, até o proprio coronel Eleotério, acompanhou o feretro, segurando uma das alças do caixão. Aquele povo ignorante até pensou em fazer justiça com as próprias mãos. Só não o fizeram graças ao empenho do coronel e do padre Serapião, que convenceram os revoltosos a deixar que a lei cumprisse o seu dever e o assassino fosse enviado à capital para ser julgado e cumprir a pena. O cabo Gardino e seu destacamento conduziram o preso até a estação de trem que os levou a capital, e lá o preso foi entregue ao delegado federal da capital. O cabo Gardino e seus homens retornaram logo para o vilarejo e a paz voltou a reinar. ....Será? Capítulo 3 Os dois adolecentes filhos do compadre Zelão pensavam em vingar a morte do pai e juraram, perante o cadáver do morto, a sua vingança. O filho do assassino, mais velho que os dois rapazes, já trabalhava com o coronel Eleotério como um dos seus peões e bom trabalhador, por sinal. O coronel chamou o empregado ao seu escritório e alertou o rapaz: - Olha aqui, Joaquim, eu lhe tenho muita estima e não fosse o longo tempo em que Julião é meu capataz, eu o colocaria na função, pois não gostaria de perder um jovem valoroso como você. _ Obrigado patrão. Eu sei da sua estima pela minha pessoa e também da péssima indole daqueles dois adolecentes, mas eu saberei me cuidar, se for o caso. O coronel Eleotério deu por encerrada a conversa e o rapaz retornou aos seus afazeres. Enquanto isso, lá na casa do falecido, os dois filhos conversavam com a mae na mesa de refeições : - Sabe Antônio - disse o mais novo ao outro que era apenas um ano mais velho - Aquele mardito pode esperar que ele vai pegar o dele. Na primeira oportunidade, mando ele pros quintos dos infernos! A mae, chorosa, disse aos meninos: _ Olha lá o que vocês vao fazer, eu nao quero ficar aqui no rancho sozinha, não! O outro respondeu: - Eu também nao vou deixar passar não. Aquele cara tem que morrer. A mãe respondeu: - Meus filhos, o coronel Eleotério gosta muito daquele rapaz e vocês serão os prejudicados. _Nao interessa se ele gosta ou não. Eu só sei que ele tem que morrer! Aquele sábado amanheceu radiante e todo mundo foi para o centro do arraial, pois era o mês de junho e era a festa de São João. O cabo Gardino e seus comandados vigiavam lá da cadeia, pois estavam sentindo algo no ar, um cheiro de morte, uma ameaça de tempestade. Fogos espocava e poluíam o ar puro daquelas paragens e o povo se divertia comendo e bebendo nas barraquinhas. A bandinha liderada pelo maestro Sabiá executava alguns dobrados e o povo circulava enquanto os jovens faziam ali o giro das paqueras em volta do palanque principal. Lá no palanque o prefeito discursava: - Meu povo querido, aproveitem a festa! Divirtam-se e esqueçam as mágoas. Hoje o dia e de alegria! Lá na delegacia, o cabo Gardino chama os homens: - Vamos dar uma volta lá no meio da festa. É hora de marcar a nossa presença. Os dois filhos do falecido, com cara de poucos amigos, se dirigiram a uma das barraquinhas, tomaram alguma bebida e em seguida puseram-se a seguir o fluxo de outros jovens que andavam despreocupados pela praça. Foi então que lá do outro lado surgiu o jovem Joaquim, acompanhado de uma linda moça e, assim que o jovem casal atravessou a praça, a tempestade desabou. Capítulo 4 Bento, o mais novo e mais afoito, armado com uma faca, investe contra Joaquim e este, muito mais forte, desvencilha-se do agressor, acerta-lhe um murro e o jovem cai sobre a faca, esta lhe cravando no peito. Joaquim, ferido no ombro, é levado pra delegacia pelo cabo Gardino. Lá na delegacia, o cabo Gardino discute com o coronel, que espontaneamente foi depor em favor do jovem e conseguiu provar que fora uma fatalidade a morte do Bento. E foi neste instante que Rosinha, a filha do coronel que há muito tempo amava secretamente o Joaquim, entrou apavorada na delegacia querendo ver o rapaz. Rosinha chorava muito e foi tranquilizada pelo pai que lhe disse: _ Calma minha filha! O Joaquim foi ferido no ombro mas não corre perigo de vida. Precisa apenas tratar o ferimento e logo estará em casa. No dia seguinte, lá na venda do Espanhol, o coronel Eleotério, que era também uma especie de juiz, decretou a inocência do preso dizendo, que apenas se defendeu e por pouco não morreu. Joaquim foi levado para a casa do coronel e lá ficou aos cuidados da Rosinha, que se mostrou muito boa enfermeira cuidando do rapaz. Antônio nao se conformou com a liberdade do preso e no dia seguinte ajuntou se com um bando de arruaceiros e jurou matar o Joaquim. Lá na venda do Espanhol, ele entrou com aqueles homens mal encarados e começaram a beber e fazer ameaças. _ Deixa estar, que a hora dele vai chegar... Lá na delegacia, o cabo Gardino resolveu prender os arruaceiros que tinham provocado uma briga lá na venda do Espanhol e estavam ameaçando o pobre Joaquim, que convalecia ainda do ferimento. Antônio e seus comparças começaram a praticar alguns assaltos pelo vale, roubando gado e pequenas propriedades. O cabo Gardino saiu em diligência e foi até uma gruta onde os bandidos estiveram escondidos,porém, já tinham ido embora. O cabo retornou para a delegacia e, a partir daquele dia, ele sabia que teria muito trabalho .Capitulo 5 Joaquim era bem cuidado por Rosinha que se revelou uma otima enfermeira e logo os dois jovens se deram conta que se amavam, e que o coronel fazia muito gosto pois grande era a sua adimiraçao pelo rapaz . Logo ficou restabelecido e passou a fazer grandes passeios com a sua amada ate que um dia, saindo da gruta onde os bandidos se escondiam, um lugar tranquilo, com um pequeno regato ao fundo.notou que o cavalo da moça mancava levemente. O rapaz desceu a moça do animal e foi verificar a ferradura do cavalo e notou ali uma pedra bem brilhante sob os raios do sol naquele fim de tarde. Era um pequeno diamante. O rapaz estava rico... Voltando a fazenda, participaram ao coronel a descoberta e ambos passaram a explorar a gruta e descobriram ali grande quantidade de diamantes. Joaquim entao foi a capital com o coronel e registraram a mina no nome do rapaz pois aquela gruta e aquele terreno nao pertencia a ninguem. O dia amanheceu frio e cinzento e um prenuncio de tempestade pairava no ar. La nos arredores do povoado, Antonio, o chefe do bando se reune aos comparças e traçam um plano para invadir a fazenda e vingar a morte do seu irmao. -E o seguinte pessoal,vamos chegar aos poucos la no povoado e quando todos estverem la, vamos invadir a fazenda e acabar com aquele gente. _Chefe, disse um dos bandidos: Aquele coronel ja ta velho e o diabo e aquele cabo Gardino que vive patrulhando o povoado com os seus soldados. -E, disse o chefe, mas a surpresa esta do nosso lado... Pouco a pouco os homens foram chegando e ao cabo de dois dias, os oito bandoleiros estavam no arraial. O ataque era eminente. A tempestade desabou naquela tarde quando os oito facinoras chegaram gritando e atirando. O coronel rapidamente organizou a defeza da fazenda com os seus empregados que correram a defender a casa prncipal e respondiam ao tiroteio, quando chegou o cabo Gardino e seus homens. Apanhados entre dois fogos, os meliantes foram presas faceis e tres deles morreram na refrega, os outros foram presos e levados a delegacia e logo embarcariam no trem para a capital onde seriam levados ao presidio, pois o coronel era homem de muito prestigio tambem na capital. Entre os presos estava o chefe do bando o Antonio. Joaquim que nas horas vagas praticava com o revolver, foi de grande ajuda, pois o rapaz era um valente e defendia o seu amor e o seu patrimonio. Capitulo 6 O noivado dos jovens aconteceu e foi uma grande festa na fazenda Santa Clara. O coronel era so felicidade, pois ha muito adimirava o rapaz, hoje seu futuro genrro. Vieram convidados de todo o territorio e ate da capital. Joaquim que antes morava no alojamento dos peoes,agora com o dinheiro da mina que ele explorava,construira uma bela casa, para onde pretendia levar a futura esposa. O arraial progredia a olhos vistos e logo passaria a categoria de cidade,ate ja fora escolhido o nome,:''Santa Clara do Sul''. A festa estava animada e ate um famoso violeiro veio abrilhantar a festa. Os casais dançavam no patio da fazenda sob a luz do luar, os homens bebiam e as mulheres, colocavam em dia as novidades. Tudo estava perfeito e logo o coronel pediu silencio e fez um pequeno discurso: -Meus amigos,e com imenso prazer que participo a voces, o noivado da minha filha Rosinha, com o jovem Joaquim, um jovem que des de ha muito tempo tenho por ele grande adimiraçao e e com gosto que entrego a ele a minha unica filha para que seja a sua esposa, para que eles continuem no futuro a obra que iniciei. O baile estava animado, pois ao famoso violeiro uniu se um acordionista e o povo rompeu em um tremendo aplauso quando os noivos foram para o meio do pessoal e se puseram a dançar. Em seguida foi a vez do proprio coronel, enlaçar a filha na proxima dança. O cabo Gardino e seus homens estavam presentes ,mas nada de anormal aconteceu, afinal todos que ali estavam, tinham um unico prposito: Homenagearos noivos. A festança terminou no dia seguinte e todos ficaram satisfeitos . Epilogo O casamento aconteceu dai a poucos meses e a festnça logicamente foi ainda maior do que a do noivado, mas antes disso, houve tambem , a emancipaçao da cidade, estava criada a cidade de Santa Clara do Sul, cujo prefeito era o proprio Joaquim, enquanto o antigo cabo Gardino era agora um delegado. O efetivo policial logicamente foi aumentado e a pomba da paz finalmente fez o seu ninho em Santa Clara do Sul. No ano seguinte Rosinha deu ao coronel, um casal de netos que era a paixao do velho fazendeiro e agora o prazer do velho era ficar la no aupendre da fazenda conversando com o prefeito e o cabo Gardino, relembrando do passado enquanto assistiam as travessuras do casal de netos. Assim terminamos esta bela historia FIM (V Redonda 5 de junho de 2018

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