domingo, 6 de outubro de 2013

SENHORES TREINADORES PENSEM Porque o futebol brasileiro não “produz” mais meias armadores? Essa é uma questão bastante discutida, e que tem gerado inúmeras teorias. O chamado meia armador estaria mesmo em extinção ou os clubes não estariam dando oportunidades a garotos com características necessárias para a função? Vejo dois fatores como sendo os mais decisivos para o futebol brasileiro não ter mais tantos “cerebros” nos times; Pela forma como são executadas, as chamadas “peneiras” conseguem identificar, e selecionar bem, dois tipos de jogadores: Atacantes dribladores, velocistas ou com boa finalização, e marcadores sejam eles volantes ou zagueiros. Jovens que “pensam” o jogo dificilmente conseguem se dar bem nas peneiras porque são naturalmente mais lentos, e pegam menos na bola nos verdadeiros rachões em que se transformaram as peneiras dos clubes. Os que mais se destacam são invariavelmente os mais individualistas, e aqueles que se dedicam a marcá-los. Outro fator importante é que criou-se no Brasil o paradigma de que quem deve armar o jogo são os volantes. Técnicos renomados “inventaram” os chamados segundo e terceiro volantes que são os responsaveis pela transição entre defesa e ataque. A maioria dos times brasileiros hoje joga assim. A continuar da forma que está, dificilmente surgirão novos jogadores como Ailton Lira, Pita, Renato, Zenon, Ademir da Guia, Rivelino, Gerson, e tantos outros que me foge os nomes agora. O auge do futebol brasileiro foi quando tínhamos bons meias armadores em quase todos os grandes times do país. Eles eram os responsáveis por definir o ritmo de jogo, cadenciavam ou aceleravam de acordo com a conveniência do momento. Sem esse “especialista” a maioria dos times usa volantes ou meia atacantes fazendo a função. A qualidade cai muito, e a quantidade de oportunidades de gol diminui sensivelmente. Acredito que pelo estilo do jogador brasileiro, a técnica ainda é mais importante que a tática. Um exemplo de time técnico e bem ao estilo brasileiro foi o Santos FC de 2010. O esquema tático variava entre os tradicionais 4-4-2 e 4-3-3, mas sempre com um volante marcador, um “segundo volante”, um meia armador, e um meia atacante e dois atacantes ou três atacantes. Tínhamos sempre alguém que cadenciava o jogo e as oportunidades de gol surgiam aos montes, não só pela qualidade técnica dos jogadores mas também pela característica deles, que se completavam. Esquemas táticos mirabolantes, normalmente defensivos ao extremo, fizeram sumir os especialistas na armação e descaracterizaram nossos times. Os profissionais da área deveriam pensar com mais carinho nesse assunto, e criar condições para termos esse tipo de jogador de volta aos nossos times. Pelo bem do futebol brasileiro…. Esquema de jogo Futebol Brasileiro Meia Armador

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