sexta-feira, 23 de agosto de 2013

*TEYLLOR O CRAQUE QUE MORREU NO DESASTRE DE AVIAO ENTRE OS JOGADORES DO M UNITED . Taylor jogou pelos britânicos e, por duas vezes,arrombou as redes brasileiras. Em suma: — ele colaborou para umadas mais duras humilhações do nosso futebol. Não tanto o escore de4 x 2, mas as características da derrota é que ainda hoje nosenvergonham. Realmente, diante dos ingleses caímos em inibiçõesconvulsivas. O que se viu foi um pobre Brasil, sem um únicolampejo. Mas o tempo passa e eis que Taylor morre. E nós que não ovimos, que não o aplaudimos, nem o vaiamos, sentimos que Taylordeixou de ser um estranho. Sim, a morte deu-lhe a fisionomia exata,a face fidedigna, o ríctus certo. O verdadeiro rosto é o último. Ohomem da rua, que o ignorava, cochicha para os conhecidos: — “O Taylor morreu!”. Entre nós e os mortos cessam os limites de polidez,de cerimônia e de suspeita que separam os vivos uns dos outros.E há uma circunstância que parece distingui-lo de todos osoutros mortos e de todos os outros vivos: — ele marcou, como járeferi, dois gols contra nós em Wembley. Naquela ocasião, confessoque estrebuchei, de raiva cívica. Se fosse um, mas dois, logo dois!Ora, nada se compara ao ódio que, de momento, açula o torcedorsempre que o adversário põe um gol como um ovo. A fúria rompe,sobe das nossas profundezas como uma golfada atroz. Assim eu odiei Taylor quando perdemos em Wembley. Digo “eu” e acrescento: — oresto do Brasil. Cerca de dois anos depois, cai um avião, Taylormorre e há, em nós, uma transformação.Os mesmos dois gols, que outrora nos enfureceram, tecementre nós e Taylor uma relação mais cordial e mais comovida. Dir-se- * Tommy Taylor era uma das grandes promessas do futebol inglês. O jogo a que Nelsonse refere foi Inglaterra 4 x 2 Brasil, em 9/5/1956, em Wembley, no qual Gilmarpegou dois pênaltis. O desastre com o avião que conduzia o Manchester United,clube de Taylor, foi em 6/2/1958.

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